Educação ambiental e educação em tempo integral:limites e desafios na escola pública
Autor: Denise Bastos das Neves (Currículo Lattes)
Resumo
A presente dissertação de mestrado é resultado da busca por compreender a objetivação da Educação Ambiental na proposta pedagógica e nas práticas desenvolvidas em uma escola municipal de Ensino Fundamental no município do Rio Grande. A pesquisa de cunho materialista dialético foi realizada na única Escola em Tempo Integral da Rede Municipal de Ensino, seguindo orientações metodológicas de um estudo de caso, na perspectiva do Materialismo Histórico e Dialético, por não admitir visões isoladas e estanques, mas se desenvolvendo em interação dinâmica com a totalidade do fenômeno. Assim, a investigação se deu pela compreensão do processo de constituição histórica da Escola Municipal de Ensino Fundamental em Tempo Integral Professor Valdir Castro e pelas contradições que se efetivam em sua materialização. A fim de compreender o fenômeno na sua totalidade, buscamos a natureza dialética da pesquisa para ancorarmos a metodologia. Primeiramente, investigamos por meio da busca bibliográfica os caminhos percorridos pela Educação em Tempo Integral no Brasil, dando destaque às ideias de Anísio Teixeira, seguidas das de Darcy Ribeiro e, contemporaneamente, da professora Jaqueline Moll, os quais alimentam nossa persistência de que esta modalidade de educação é próspera e possível de se efetivar com a qualidade que areferencia como educação popular. Em um segundo momento, analisamos, no conjunto do processo de investigação do que chamamos de fundamentos legais e teóricos da Escola em Tempo Integral, o entendimento oficial da Educação Ambiental no currículo da escola e, paralelamente, evidenciamos uma transposição para o trabalho em espaços e tempos integrais do estudante na escola. A estes fundamentos associamos os caminhos e descaminhos da Educação Integral trilhados pelas diferentes políticas nacionais que foram desde sempre seguidos e descontinuados por interesses políticos e econômicos. Notamos, nesta perspectiva, que toda vez que surge a proposta de uma Educação que busque a emancipação de seus sujeitos, esta não tem uma aceitação plena dos representantes políticos do estado burguês, pois não atende aos interesses do capital por eles defendidos. A partir de nosso estudo sobre a Educação em Tempo Integral e vinculando-a a emancipação humana, compreendemos que essa educação está intimamente ligada à Educação Ambiental, por ser voltada à Natureza que humaniza e é humanizada.