Pescando pescadores:uma experiência de Educação Ambiental em valores humanos junto com os pescadores da Vila Anselmi em busca do conhecimento ecológico.

Autor: Rodrigo Moreira da Silva (Currículo Lattes)

Resumo

Que a leitura do texto faça ‘parar’; para pensar e sentir o que pensamos e fazemos. Este é um trabalho pleno de vida, de realismo e ao mesmo tempo eivado por um profundo sentimento humanitário. O estilo que adoto narra, com um certo “toque” poético, a minha trajetória rumo à autodescoberta enquanto sujeito, enquanto ser-para-si. Por vezes, minhas vivências denotam severas decepções e amarguras diante dos desafios enfrentados; ante as contradições e mesmo desencantos e desamparos. O texto deixa transparecer a luta permanente entre viver ao largo do instituído, não se corromper com a norma e, ao mesmo tempo, a implacável condição sociocultural do ser em seu para-si. Deixei-me perceber em minha totalidade. Intenso. Verdadeiro. Profundo amante da vida. Vigoroso e determinado, ainda que numa leitura microscópica poderíamos adivinhar a delicadeza do espírito aberto à consagração cósmica, à harmonia do inefável, à busca da paz e do amor perenes, tal como se pode notar na cumplicidade entre a borboleta e a flor. Esse arrebatamento íntimo diante das facticidades do real, das surpresas, dos agrados e desagrados parecem, antes de mais nada, fortalecer o espírito para a caminhada rumo àquilo que denomino de “a louca descoberta”. Levo para a linguagem a minha experiência, sempre tensionadamente, com a coragem de deixar-me influenciar por experiências e conceituações de outras pessoas. O mundo da pesquisa em que estou envolto é o mundo da possibilidade, quando reconheço a importância da consciência no processo de conhecer, de intervir no mundo. Compartilho um texto de minha trajetória de vida, dela extraindo o tema de pesquisa e centrais categorias de análise dos achados da pesquisa. Por isso, logo de pronto, vou me apresentando. Lembro as razões que me trouxeram ao mestrado e explicito a dor da perda como grande momento da produção de rupturas, de encontros comigo mesmo. Razões que conecto com as grandes tarefas da Educação Ambiental, sintetizadas pela conscientização. A história é tarefa humana, desafio permanente. Não podemos contentar com a compreensão banalizada da participação, do ato de dizer a palavra, dos referenciais ocidentalizados. Poderia dizer que a filosofia que acompanho não é a fatalista, e nem a que superestima a vontade do sujeito histórico, individual ou coletivo, ou que nega o papel dos sentimentos, o valor dos Valores Humanos. Creio em toda ciência que tenha sido derivada de uma totalidade imanente, pura, incólume, ou seja, com o concurso da intuição. Aliás, intuição, essa qualidade indescritível da capacidade humana de perceber o fenômeno em seu pertencimento singular a uma totalidade imanente foi, é e será o Avatar da nossa condição humana frente à busca da sabedoria, da ciência, dos saberes, da compreensão, das propostas de novos horizontes, novos mundos, novas e inéditas realidades.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: EmancipaçãoPesca artesanalOrganização não governamentalValores humanosEducação ambiental