Manifestações dos jovens nas ações em educação ambiental: da participação ao protagonismo
Autor: Marcia Soares da Silva (Currículo Lattes)
Resumo
A presente pesquisa se constituiu a partir pesquisa com jovens e juventudes do Brasil. A juventude é a protagonista do estudo e isso significa que o respeito e a admiração pelas distintas representações juvenis me inspiraram a destacar os jovens de movimentos sociais, militantes, ativistas, entre outros que estejam inseridos em ações ambientais. A participação e/ou o protagonismo dos jovens deve estar dentro de um espaço democrático e uma busca por igualdade e justiça social, tornando-se um dos pilares da sociedade. A Tese está organizada em capítulos e a questão central de cada um é analisar a participação e as diversas manifestações de jovens, a nível mundial, mas dando ênfase aos jovens brasileiros sobre suas mobilizações sociais e ações em Educação Ambiental. O estudo fez a aproximação de bases teóricas que falam a respeito de infâncias e juventudes, com a Bioecologia do Desenvolvimento Humano, de Urie Bronfenbrenner que ajuda a explicar o caminho da participação até o protagonismo. O entrelace dessas teorias ajudou nas análises das respostas da conversa com os entrevistados. Algumas questões fizeram parte da busca: Como as crianças e jovens são vistos dentro do sistema democrático? Será que sua efetiva participação não é valorizada? E se não, por quê? Primeiramente, foi preciso entender a diferença entre participação e protagonismo, compreendendo as diferenças entre essas categorias, além de apreender que o protagonismo é o ápice de uma participação que acontece quando essa questão é bem trabalhada desde cedo. Assim, esse estudo tem como base teórica e metodológica a Bioecologia do Desenvolvimento Humano (BRONFENBRENNER, 1996; BRONFENBRENNER; MORRIS, 1998). A coleta de dados está organizada em entrevistas com os jovens. Com a análise dos dados, organizei as falas, onde as dividi inicialmente, em categorias, a partir de temáticas que emergiram das próprias falas analisadas. As categorias, além de colaborarem para a interpretação dos dados, auxiliaram no sentido dos resultados, extraindo das experiências e vivências dos jovens, e situações mais significativas dentro de um contexto. Com a experiência de conversar com os entrevistados, posso concluir que a convivência dos entrevistados desde muito cedo, o que Bronfenbrenner chama de modelo processo-pessoa-contexto-tempo (2011), e a relação estabelecida com sua família, vizinhos, pessoas da comunidade de convívio, pessoas envolvidas com movimentos sociais, instituições governamentais, acabaram influenciando-nos para se tornarem protagonistas em suas áreas. Pude perceber, que a resiliência esteve presente na vida dos entrevistados e foi um dos fatores que os constituíram como militantes e protagonistas de suas histórias. Portanto, existem pilares, para a construção do protagonismo, são eles: Primeiro: objetivo de construir um mundo melhor; Segundo: pensamento de união, ou seja, pensa primeiramente em sua comunidade; Terceiro: o respeito as gerações mais velhas, a cultura dos seus antepassados, como uma lição e um certo direcionamento do caminho correto; Quarto: conhecimento e consciência de classe e por último: sentimento de pertencimento ao lugar.