Educação ambiental não formal e ecoturismo em unidades de conservação e área especial de interesse turístico : produção de bem-estar socioambiental no campo da ecohealth
Autor: Carlos Henrique Cardona Nery (Currículo Lattes)
Resumo
Objetivou-se analisar os processos de Educação Ambiental não formal (EA) desenvolvidos pelo ecoturismo e praticados em Unidades de Conservação (UCs) e em uma Área Especial de Interesse Turístico (AEIT), tendo como núcleo o bem-estar socioambiental no campo da ecohealth. Assim, formulando a Tese A EA não formal adotada pelo ecoturismo e desenvolvida nas UCs e em uma AEIT, promove o bem-estar socioambiental no sentido da ecohealth, mediada em ações gestoras intersetoriais que significam a integração comunitária. O percurso metodológico caracterizou-se como uma pesquisa observacional, com abordagem qualitativa, composta de dois estágios: o primeiro, remeteu à integração dos conceitos teóricos da EA não formal, ecohealth e ecoturismo, de forma que permitiu aproximar a sustentabilidade e o bem-estar socioambiental; e o segundo estágio, correspondeu à pesquisa empírica realizada nas UCs e na AEIT, de ecossistemas que são recursados como locais para visitação turística. A coleta de dados foi realizada no primeiro semestre de 2022, utilizando-se de entrevista semiestruturada com 38 respondentes entre quatro grupos: gestores públicos da municipalidade das secretarias de Educação, Saúde, Meio Ambiente e Urbanismo; gestores e administradores de duas UCs e da AEIT; turistas e moradores no município de Torres-RS. Os dados das entrevistas foram analisados pelo método de análise de conteúdo temática. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FURG, sob o Parecer n. 5249441, e de acordo com o CAAE: 53302321.4.0000.5324. Resultados: Dos quatro grupos de respondentes entrevistados, que perfez um total de 38 respondentes, transitaram pelos atributos da pesquisa que estava alicerçada na Educação Ambiental, bem-estar socioambiental, turismo na modalidade de ecoturismo, ecossistemas e as UCs e a AEIT. De acordo com a gestão pública municipal, ofertam e elucidam a importância da EA, nas ações integradas junto à comunidade, elucidam que há bem-estar e saúde humana advinda das UCs e da AEIT. Para os gestores da UCs e da AEIT, houve uma anuência por parte de todos, de que há EA nas UCs e são fundamentais ao serem associadas as atividades ofertadas in loco, além de servirem de locais geradores de bem-estar para a comunidade e ecoturistas. Para os turistas, perceberam que há EA não formal nas UCs, eles convergem para esses locais justamente para estarem em contato com a natureza e os ecossistemas preservados. Já para os moradores, as UCs e a AEIT são patrimônios de todos, possuem funções ambientais, muito além da preservação dos ecossistemas e a EA ambiental deve ser ofertadas para todos. O estudo evidenciou que a cidade de Torres possui ações intersetoriais através da gestão pública municipal, envolvimento da comunidade através de voluntários e de ONGs, que há promoção de bem-estar para os moradores e turistas. A cidade também possui ecossistemas dentro das UCs e da AEIT, a EA é ofertada nesses locais e em várias partes da cidade. Destaca-se que, no campo da ecohealth, ainda há lacunas a serem trabalhadas e a serem desenvolvidas, no sentido de terem ações integradas com futuras ações corretivas.