A permanência da educação ambiental a partir do Programa Nacional Escolas Sustentáveis em contextos distintos: ecoformação e afetos na educação infantil
Autor: Janaina Amorim Noguez (Currículo Lattes)
Resumo
A presente pesquisa teceu uma investigação junto a linha de pesquisa Educação Ambiental Ensino e Formação de Educadores - EAEFE do Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - PPGEA da Universidade Federal do Rio Grande - FURG. A Tese, organizada em artigos, teve como questão de pesquisa compreender a dimensão bioecológica da afetividade no contexto escolar como potencializadora para a permanência das ações de Educação Ambiental - EA em escolas do sul do país. Para essa investigação nos dispomos a perceber: os aspectos conceituais inseridos nos documentos orientadores da Educação Ambiental e sua intersecção com a Educação Infantil; motivações pessoais relacionadas à permanência de ações de EA no contexto escolar; as transformações nos espaços físicos a partir da implementação do Programa; o processo formativo realizado com os/as Professores/as Educadores/as Ambientais e as dimensões bioecológicas e os conteúdos desenvolvimentais presentes nas práxis ambientais de Professores/as Educadores/as Ambientais. Metodologicamente, colocouse em triangulação as Entrevistas Reflexivas, feitas com docentes e gestores educacionais, a Análise Documental, realizada a partir dos documentos orientadores da EA e Teoria Fundamentada nos Dados, que trata de uma análise qualitativa assentada nos dados, ou seja, após a transcrição das entrevistas reflexivas, fez-se a codificação dessa empiria em categorias centrais. Para a discussão teórica foi necessário o estudo sobre as políticas públicas de EA na escola. Percebeu-se uma qualificação da discussão sobre o conceito de Sustentabilidade, que igualmente caminha com a evolução do entendimento de EA. Para o primeiro conceito, atitudes sustentáveis são definidas como ações pontuais de conservação da fauna e flora, qualificando-se até encontrar no cuidado um ancoramento potente. A EA no contexto escolar igualmente vai se qualificando como campo do conhecimento, saindo de uma perspectiva enquanto tema à ideia de concepção educativa, inclusive proposta pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Ambiental - DCNEA. Segundo a opinião de gestores investigados, o PNES trouxe impactos para a formação de professores e professoras, o que levou a discutir a Ecoformação na perspectiva de uma formação ampla, que trata do que-fazer da docência, mas sobretudo da formação enquanto desenvolvimento do ser. Neste sentido, a afetividade, entendida enquanto um elemento desenvolvimental dos processos proximais, aparece como potência para a permanência das ações de EA mesmo sem o financiamento do programa federal, pois como concepção educativa, ela atua muito mais num campo fenomenológico do que operacional, de repasse de conteúdos, por exemplo. Neste sentido, faz-se necessário uma articulação das políticas públicas em âmbito federal, estadual e municipal no sentido do trabalho em parceria. A defesa da Tese é que se busque a efetivação de um projeto de Estado para o amplo desenvolvimento da EA nos sistemas de ensino, através de um processo formativo que afete e mobilize gestores/as e professores/as para a Educação Ambiental desde a Educação Infantil.