Educação ambiental, educação estética e comunicação não-violenta: A(re) conexão com o ser para qualificar o fazer do docente
Autor: Gabriela de Biazzi Avila Vieira (Currículo Lattes)
Resumo
O presente trabalho apresenta a pesquisa realizada no Mestrado em Educação Ambiental na Universidade Federal de Rio Grande-FURG, estando inserida na linha de pesquisa Educação Ambiental: Ensino e Formação de Educadores(as) - EAEFE. Trata-se de uma pesquisa narrativa, tendo como base teórico metodológica os estudos de Clandinin e Connelly (2015), que visa compreender o processo de constituição do olhar dos discentes de pedagogia, no tocante aos saberes estéticos, ambientais e de comunicação não-violenta, a fim de refletir sobre a formação integral dos sujeitos que têm um importante papel na educação brasileira. Para tanto, busquei discutir a relação entre saberes estéticos, ambientais e de comunicação não-violenta e sua importância na formação de educadoras das infâncias. Além disso, a partir da narrativa das experiências de discentes no curso de Pedagogia noturno e diurno, buscar e discutir a expressão de saberes estéticos, ambientais e de comunicação não-violenta assim como compreender quais conteúdos presentes na formação docente do curso de Pedagogia contribuíram, na percepção destas, nas interações com as crianças da Educação Infantil. A pesquisa foi realizada com as acadêmicas do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Rio Grande-FURG, pertencentes ao quarto ano de graduação, do turno manhã e noite. Na análise das narrativas das experiências das discentes surgiram várias categorias, a saber: 1. Comunicação não-violenta: o que é feito das palavras que falamos para as crianças? 2. A vivência acadêmica na constituição do ser e fazer docente: um olhar bioecológico sobre a experiência acadêmica; 3. Educação Ambiental: a construção do caminho do pertencimento; 4. Famílias: relações mais afetivas no processo educativo e 5. Estética presente nas narrativas: sensibilização e encantamento. Como resultado, apresentamos a ideia central de que as noções de comunicação não-violenta, educação ambiental e educação estética devem estar presentes na formação de educadores para oportunizar uma (re)conexão com o ser, para assim qualificar o fazer docente. As narrativas das discentes oportunizaram potentes articulações dos saberes propostos e viabilizaram a concepção de que é possível realizar uma educação ambiental por meio dos aspectos, saberes e práticas da comunicação não-violenta em comunhão com a educação estética. A pesquisa apontou, outrossim, que a narrativa como ferramenta de ressignificação reflexiva pode abrir os espaços necessários para que se possa descolapsar as estruturas colonizadoras nas quais estamos imersos e que seguem impactando nossas relações, principalmente nos ambientes educativos.