Dissertação - Lorena Santos da Silva

A educação ambiental e sua produção científica: tensionamentos, relações de força e produção de verdades

Autor: Lorena Santos da Silva (Currículo Lattes)

Resumo

Esta dissertação de mestrado, teve por foco principal os fundamentos filosóficos e epistemológicos da Educação Ambiental. Para refinar, o problema de pesquisa, compôs-se a seguinte questão: Como o campo de saber da Educação Ambiental, em especial os seus fundamentos filosóficos e epistemológicos, se constitui no Grupo de Trabalho (GT22) das reuniões científicas da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (2003 - 2015)? Tendo, majoritariamente, por aporte teórico e metodológico os estudos de Michel Foucault, esta pesquisa amparou-se nas ferramentas analíticas de problematização, documentos como monumentos e suposição de que os universais não existem. O recorte do material empírico considera trabalhos aceitos no GT 22, desde sua criação até o ano de 2015, que têm por objetivo mote discutir os fundamentos epistemológicos e filosóficos da Educação Ambiental. Chegou-se ao número de trinta e nove (39) pesquisas, considerando dois grupos de teorizações mais recorrentes: as teorias críticas em educação, com vinte e seis (26) trabalhos e as pós-críticas em educação, com treze (13) trabalhos. Com os mapeamentos em outros portais de busca, realizou-se o exercício de problematização, dos ditos mais recorrentes entre as produções científicas voltadas à Educação Ambiental, para provocar a solidez das verdades que fabricam esse campo de saber enquanto crítico, emancipatório e transformador. O movimento analítico do corpus empírico deslindou-se para um outro caminho que possibilitou enxergar as potências e divergências entre as teorias críticas e pós-críticas, nos modos de compreender a Educação Ambiental. Mapeou-se três abordagens em cada conjunto de trabalhos, entre as pesquisas de cunho crítico, constatou-se a recorrência dos conceitos de interdisciplinaridade, emancipação e transformação, já no grupo pós-crítico os conceitos de discurso, poder e resistência fizeram-se mais presentes. No contraste das concepções de transformação e resistência, evidenciou-se entre ambas as teorias a vontade de mudança, o desejo de constituir a Educação Ambiental em um campo político de luta social. Com as análises, foi possível enxergar que o pensamento múltiplo que se produz no âmago da diferença fortalece a politização do campo de saber, criando espaços para Educações Ambientais possíveis.

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Palavras-chave: Educação ambientalEpistemologiaCampo científico