Dissertação - Magda Marin Lucas

O juízo moral na criança de seis a doze anos, estudantes da E.M.E.F. SantAna em Rio Grande-RS: possibilidades de se contemplar esta faixa etária no desenvolvimento da Educação Ambiental Ecomunitarista, na Educação formal

Autor: Magda Marin Lucas (Currículo Lattes)

Resumo

A presente pesquisa se realizou na E.M.E.F. SantAna, localizada no bairro América, na cidade de Rio Grande, RS, e objetivou, primeiramente, verificar se as crianças desta comunidade, com idades entre seis e doze anos, faziam julgamentos morais dos tipos descobertos-postulados por Piaget, na Suíça, por volta de 1930. Buscou também identificar se estas mesmas crianças julgavam questões sócio-ambientais e se percebiam-aplicavam, implicitamente, as três normas fundamentais da ética, desveladas por Velasco. A partir dos resultados, tendo na Educação Ambiental Ecomunitarista, a concepção de Educação Ambiental para a educação formal, seria possível se pensar na possibilidade, ou não, de se desenvolver a mesma, nas concepções em que esta se constitui, com crianças de seis a doze anos de idade. Aproximando-se a teoria da EA ecomunitarista, dos resultados obtidos através das entrevistas, metodologia utilizada na pesquisa, com as crianças, pode-se conhecer e refletir acerca de possibilidades e limitações no desenvolvimento da EA ecomunitarista na educação formal com crianças nesta faixa etária. Isto porque, a EA ecomunitarista se sustenta na educação problematizadora (no sentido de Paulo Freire), a qual prevê e busca nos sujeitos a capacidade de tomadas de consciência para, desta forma, atuarem como agentes transformadores da realidade e, segundo os resultados da pesquisa de Piaget, confirmados quase que em sua totalidade por nossa pesquisa, a criança até os onze anos de idade, não teria ainda desenvolvido esta capacidade, tendo em vista sua tendência à moral heterônima, aquela desenvolvida a partir da coação adulta, ou seja, da autoridade e da influência do adulto sobre a criança, que, em geral, não prevê o respeito mútuo. Os dados fornecidos a partir das entrevistas foram sistematizados e discutidos à luz dos teóricos Jean Piaget, Paulo Freire e Sirio Velasco, entre outros. A investigação, com base em seus resultados e a vivência da pesquisadora como educadora na escola em que a pesquisa se realizou, permitiu que se pensasse em possibilidades de se desenvolver experiências de EA ecomunitarista com crianças menores de doze anos, observando as tendências do juízo moral nas mesmas, com vistas a colaborar com o desenvolvimento da subjetividade, da argumentação, da igualdade e do respeito mútuo, ou seja, da moral da cooperação, aquela que dará aos sujeitos a capacidade de refletir sobre a realidade, com seus pares, e buscarem neste e com este coletivo a transformação da realidade, de forma a humanizar as relações do humano consigo, com os demais humanos, com a natureza não humana e com os entes não vivos.

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Palavras-chave: Educação ambientalEcomunitarismoJulgamento moral